quarta-feira, 6 de julho de 2022

Programa do Boca Braba - Causos de Assombração - O Dia Em Que o Povo de Porto Alegre Comeu Linguiça de Carne Humana


Nota policial da soltura de Catharina Palse no jornal A Federação. Fonte Wikipedia

Obras de João Simões  Lopes Neto

Contos Gauchescos

Lendas do Sul

O Dia Em Que o Povo de Porto Alegre Comeu Linguiça de Carne Humana

Pois diz que um tal de José Ramos era funcionário de um açougue na Rua Coronel Fernando Machado, nos fundos do Palácio Piratini em Porto Alegre, de propriedade do imigrante alemão Carlos Claussner - esse José Ramos era amasiado com uma Polaca chamada Catarina, na verdade ela era descendente de alemães e nasceu na parte húngara da Transilvânia, terra do Conde Drácula...
O açougue do Claussner vendia uma linguiça loca de especial, muito apreciada no povoeiro.
Acontece que Carlos Claussner, sumiu de repente, se escafedeu, e perguntado sobre o paradeiro do patrão, José Ramos disse que este havia lhe vendido o açougue e se transferido pro Uruguai.
Mas, já haviam relatos de desaparecimentos na região, principalmente de caixeiros viajantes, e um destes fora visto pela última vez justamente no açougue que servia também de residência de Claussner e do casal José e Catarina. Este caixeiro possuía um cusco que foi visto durante dias latindo na porta do açougue até desaparecer também.
Tudo isso levou a polícia a investigar o local, e não é que descobriram os restos mortais não só do caixeiro desaparecido como de outros e inclusive do próprio Claussener, que era cúmplice - afinal suas linguiças faziam muito sucesso. Ele foi morto por ameaçar denunciar o casal.
A polícia apurou que Catarina seduzia os viajantes que eram conduzidos à casa, onde Claussner e José os matavam, desossavam e parte da carne virava ingrediente das famosas linguiças.
Este caso teve seu desfecho no ano de 1864 e ficou conhecido como O Crime da Rua do Arvoredo, que era o nome da rua Fernando Machado na época. Apesar da tentativa óbvia de abafar um crime tão hediondo, e esconder o canibalismo, mesmo involuntário, o caso teve grande repercussão e ficou documentado na imprensa da época.

 

 
Detalhe do Relatório do Presidente da Província do Rio Grande do Sul do ano de 1864. 
Fonte: Wikipedia

Um fato muito curioso é a semelhança deste caso com outro ocorrido na França no ano de 1387 onde um cusco também ajudou a denunciar o caso.

Lá o criminoso era um barbeiro que aproveitava a grande frequência de turistas, pois o local ficava próximo da Catedral de Notre Damme, para assassinar os clientes e, por um alçapão, joga-los num porão que se comunicava com uma padaria onde eram preparadas deliciosas tortinhas de carne servida aos cônegos e oficiais de Notre Damme.
Pois neste caso, quem denunciou o crime, como aconteceu na rua do arvoredo, foi um cachorrinho de uma das vítimas, que ficou dias latindo em frente a barbearia, aguardando seu dono que fora assassinado.

Aqui o link para o post sobre o assunto do Blog 30joursaparis.com.br

A Lenda do Gritador

Agradecimentos à Prefeitura de Santa Cecília/SC https://www.santacecilia.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/25526

Conta à lenda, que um jovem muito maldoso que gostava de judiar dos animais tinha um cavalo, no qual andava o dia inteiro, em disparada. Não o tratava como devia, nem ao menos lhe dava água. A noite deixava o pobre animal preso com uma corda curta, impedindo-o de escapar. Sua mãe vendo o animal ser surrado e maltratado, o que em pouco tempo o levaria a morte, esperou que seu filho dormisse e foi cuidar do cavalo. Após dar comida e água soltou a corda, permitindo dessa forma sua fuga.

No outro dia, quando o jovem acordou, procurou o animal, não o encontrando, ao descobrir o que havia ocorrido, amarrou sua mãe, encilhou-a e montou, esporeando-a de tal forma que a fez chorar de dor. A mãe rogou uma praga ao filho: ele haveria de gritar de dor, mesmo após a morte. Na noite em que o homem morreu, todos os moradores dos arredores ouviram gritos vindos dos abismos, alguns dizem que seus gritos ecoam até hoje no alto da Serra do Espigão.

O Gritador - Curta-metragem com direção e roteiro de Carlos Porto e Ulisses Costa.  Produção de Chaiane Bitelo e Jackson Ritte

Gracias ao canal Carlos Porto

"O Gritador" conta a história de três jovens que se perdem ao acampar nos Aparados da Serra, RS, entrando em contato com o Gritador, uma lendária assombração da região.

Este curta foi produzido pela Grande Angular Produções, em associação com TV Unisinos e em parceria com empresas e entidades do Vale do Sinos e dos Campos de Cima da Serra.

Por não contar com recursos de leis de incentivo, a realização demorou 2 anos e 8 meses da pré-produção à finalização.

As externas foram rodadas em São José dos Ausentes, no ponto mais alto do RS. Mais de 3 mil km foram percorridos até se encontrar as locações ideais. Já as cenas da lenda foram todas captadas em estúdio, contra um fundo azul, para posterior inserção de desenhos feitos à mão e computação gráfica. Oito músicos se envolveram na trilha sonora original -- incluindo o gaiteiro Renato Borghetti e o percussionista Fernando do Ó.

A composição junta música folclórica gaúcha com instrumentos tradicionais.

A lenda do Gritador é parte da cultura do estado, mas é pouco conhecida fora de sua região. Por isso, a Grande Angular também produziu, simultaneamente, um documentário, "Nos Campos do Gritador".

ELENCO:

Werner Schünemann: Alastor / Gritador

Leandro Lefa: Thomas

Juremir Neto: Andrei

Lindon Shimizu: Rafael

Maico Silveira: Calote

Fernando Brás: Mosquito

E apresentando Nydia Gutiérrez

EQUIPE: Direção e roteiro: Carlos Porto e Ulisses Costa Produção: Chaiane Bitelo e Jackson Ritter Fotografia e Montagem: André Conti Trilha Sonora: Chico Pereira Engenharia de Som: Roberto Coutinho Efeitos Especiais: Fábio Stabel e Carlos Porto Festivais: Cinefantasy (2008) - São Paulo, SP - Prêmio Incentivo Festival Guarnicê (2007) - São Luís, MA Mostra de Cinema (2007) - Ouro Preto, MG Exibições: RBS TV - Curtas Gaúchos (2008) TVE RS - TV Cine (2008 e 2009) TV Com (2008)

O Gritador - Música Sobre a Lenda - Especial Caça Fantasmas Brasil

Composição: Iuri Castelan -  Imagens: João Tocchetto | Iuri Castelan - Edição de Imagens: João Tocchetto - Canal Caça Fantasmas Brasil

terça-feira, 5 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 22ª Tropeada - Linguajar Campeiro Parte II

 

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba, na Rádio Web Vento Norte de Cruz Alta, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

Quero mandar um quebra-costela do tamanho do garrão do Brasil pra esta gauchada que está no costado do programa, agradecendo ao Patrão Eterno por me permitir estar aqui e pedindo a Ele que abençoe a todos nós.

O tema do programa de hoje é o Linguajar Campeiro - Parte 2.

Vamos falar um pouco mais sobre as peculiaridades do nosso idioma pampeano e decifrar alguns termos que só existem na nossa pátria gáucha.

Mas antes, como de costume, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Ouvimos o Hino Rio Grandense executado na guitarra elétrica pelo grupo Tchê Barbaridade, e depois, Omair Ribeiro Trindade, de autoria de Dom Felipe de Nadal, Prece do Gaúcho.

No programa anterior falamos sobre as origens do nosso linguajar campeiro.
E, como o assunto é extenso, vamos continuar no mesmo tema, hoje explicando alguns termos e expressões que só existem por aqui.

Mas antes vamos ouvir algumas marcas.

Ouvimos, Jari Terres cantando, Coplas de um Índio Xucro, Letra de Rogério Ávila e Música de Leonel Gomes, depois, Luiz Marenco e José Cláudio Machado, de autoria deste, Dobrando os Pelegos, e a última, Mano Lima, Essência Campeira.

Para que tu tenhas uma noção da complexidade do linguajar campejano, só na primeira estrofe da música Coplas de um Índio Xucro, que ouvimos à pouco, temos cerca de vinte expressões regionais que vamos traduzir agora:

A maioria das traduções foram tiradas do Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Rio-Grandense. Publicado por Aldyr Garcia Schlee

Então se bamo:

- MILONGA é uma Espécie de
música crioula de origem platina, cantada (em versos de oito sílabas) ao som de viola e que, assim como o pericón e a meia-canha foi adotada e adaptada ao gosto dos campeiros sul-rio-grandenses. A aceitação e a difusão da milonga, no Rio
Grande do Sul, contudo, é muito recente, como fenômeno de integração cultural do início do séc. XX. Milonga em sentido figurado pode significar feitiço ou bruxaria, e no plural, milongas pode significar mexericos ou intrigas.
- o MATE é a Bebida tradicional do habitante dos pampas, feita
com uma infusão de folhas trituradas de erva-mate. Também chamado de Chimarrão, Mate amargo, ou simplesmente, Amargo.
-POTRO é o Bagual, redomão, isto é, ainda não domado. Ou o Cavalo castrado, mas ainda não domado ou por domar.
- LOMBO é o Dorso de uma pessoa ou de um animal mamífero de criação doméstica. Pode ser também o Topo arredondado das coxilhas ou a Porção de carne localizada na região
lombar dos animais.
- XUCRO - Diz-se de animal arisco, esquivo, indócil e bravio como se fosse
selvagem. Figurativamente, diz-se de indivíduo insociável, de trato difícil.
- APARTE é a Ação ou efeito de apartar, ou separar, o gado.
- RODEIO é o Lugar do campo onde o gado, cavalo ou ovelha são reunidos. Tradicionalmente, dá-se nome de Rodeio ao Ajuntamento de gado, em campo aberto, feito para apartar, contar, examinar, marcar e tratar os animais. Temos também o termo Parar Rodeio, que é o mesmo que aparte de rodeio.

- FLOREIO (BRAS) S.m.- Ato ou efeito de florear, ou florear-se, que significa Brilhar, exceder-se na qualidade de uma apresentação ou demonstração de habilidade, no caso, floreio de cordiona.
- Cordiona ou CORDEONA é uma espécie de gaita de fole que possui caixa geralmente hexagonal, com
teclado de botões, e que teve ampla difusão em toda a campanha do Rio Grande do Sul, a partir da segunda metade do séc. XIX
- Abrir o peito significa cantar;
- Pataleio. Ato de patalear, isto é, bater com as patas.
- ÉGUA é a Fêmea dos animais equinos, em sentido figurado, significa a mulher grosseira, estúpida ou agressiva.
- VÁRZEA. Campo alagadiço, sem muita vegetação arbórea, próprio para a plantação de arroz. Pode ser também, Terreno baixo e plano, às margens de rios ou arroios.
- BRASINO. - Animal de pelagem escura com algumas manchas transversais ainda mais escuras. Como vimos na 8ª Tropeada, quando falamos sobre cavalos, o pelo do animal se torna o seu próprio nome. Então podemos dizer cavalo de pelo brasino ou simplesmente, Brasino.

- CAMPO A FORA:
CAMPO é a Extensão de terreno geralmente plano e dominado por pastagens ou o nome dado à Propriedade rural.
- Campo a fora significa afastar-se, fugir. Então um brasino campo a fora, significa o cavalo que fugiu e o gaúcho precisa armar o laço para trazê-lo de volta.
- ARMAR O LAÇO:
- Laço é uma correia de couro trançado com quatro ou mais tentos de couro, que o homem do campo fabrica e usa para laçar e pealar animais. Tem mais de vinte passos de comprimento, com largura de um dedo mindinho de um lado e mais grossa na parte final. Numa ponta, a mais fina, possui uma presilha que se prende à cincha do cavalo de quem o utiliza, na outra ponta há uma argola que permite formar-se uma laçada corrediça -  a armada -  a ser lançada sobre o alvo desejado, e através
da qual se chega a enlaçar. Constituiu, e segue sendo ainda uma excelente ferramenta de trabalho nas lides campeiras. Mas Laço também pode significar o nó corrediço facilmente desatável, usado para
amarrar calçados, gravatas e lenços; a linha de chegada, nas corridas campeiras; e Sova, castigo, punição ou surra.
No caso armar o laço significa preparar o laço para prender determinado animal.

Tu viste que, ao tentar explicar alguns termos, eu usei outros que são particulares do nosso dialeto. Se eu tentar traduzir estes, vamos ficar proseando vários dias e não abordaremos todos. Eu sugiro que o amigo e a amiga que tem interesse em conhecer mais do nosso linguajar de uma olhada no dicionário do saudoso Aldyr Garcia.
Tú podes encontrar o Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Rio-Grandense em dicionariopampeano.com.br

Ouvimos, Erlon Péricles, de autoria deste e de Tuni Brum, Mais Gaúcho e antes, Mauro Moraes, de sua autoria, Cabanha Toro Passo.

Programa do Boca Braba 22ª Tropeada - Bloco 2

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje falando sobre o Linguajar Campeiro.

Ouvimos, Nenito Sarturi e Grupo Manancial, Mapa do Rio Grande, depois, Ênio Medeiros e José Cláudio Machado, Pedro Mamede, e a última, Xiruzinho, de autoria de Noel Guarany, De Pulperias.

- MANANCIAL é uma Nascente, fonte, olho-dágua. Ou o Lugar onde há uma mina d’água.
- PULPERIA é o comércio limitado de secos e molhados, com livre fornecimento de bebidas, instalado geralmente no campo, ao longo de caminhos e em lugares estratégicos da campanha. Também chamado de Bulicho ou Bolicho.

Nas nossas prosas no programa do Boca Braba, este tocador de rádio usa diversas expressões regionais, então vamos explica-las, começando por Buenas Indiada.
Buenas, é um Cumprimento genérico, uma saudação campeira, pode também se dizer: Buenos Dias, Buenas Tardes ou Buenas Noites.

Indiada é o coletivo de Índio.
E Índio pode ser tanto o Habitante das Américas antes da chegada dos colonizadores europeus, ou os descendente desses habitantes que sobrevive e se reconhece como integrante de uma nação ou grupo de determinada etnia. Como também pode se referir ao indivíduo de tez morena, cabelo preto e traços faciais similares aos dos antigos povoadores.
De forma figurada diz-se de um tipo reservado, calado e austero. E também do campeiro competente e valoroso.
E é esta última definição que usamos quando chamamos alguém de índio ou um grupo de indiada, na verdade estamos elogiando estes indivíduos, reconhecendo serem pessoas valorosas e competentes.

Outros termos muito utilizados por este humilde tocador de rádio são Empezando e Bueno.

Ambas são expressões derivadas do espanhol.

Empezar significa Iniciar ou Começar, e Bueno, na tradução literal, significa Bom, mas pode ser usado como a interjeição que significa "pois bem" isto é, segue a conversa, que é a versão usada frequentemente no Programa do Boca Braba.

Ouvimos, na voz de Juliana Espanevello, a composição de Eduardo Muñoz e José Carlos Batista de Deus, Vaca Parada, depois, Passo das Catacumbas, música 2 do disco "De Campo e Raiz" primeiro CD do cantor Volmir Coelho, lançado em 2007 de forma independente, com todas as composições, letra e música de sua autoria.


Programa do Boca Braba 22ª Tropeada - Bloco 3

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com a nossa tropeada hoje falando sobre o linguajar campeiro.

Das expressões peculiares do gaúcho, dois dos termos mais conhecidos são o Bah! e o Capaz.

O BAh! é a versão reduzida de barbaridade! Expressão exclamativa que traduz espanto ou admiração, mas pode ser utilizada em diversas ocasiões, por vários motivos, como quando o vivente esta proseando e, do nada diz Bah! Tchê, e segue a prosa. O tchê nós explicamos no programa passado que estará disponível Aqui.

A propósito: Prosa significa Conversa, diálogo, ou troca de ideias. Como substantivo, quando dizemos que um sujeito é Prosa significa que é contador de vantagens ou de mentiras.

E finalmente o Capaz. Que tem diversos significados, dependendo da entonação.
Capaz pode significar a possibilidade de ocorrência de determinada coisa. Por exemplo, na frase "é capaz que eu vá ao baile" o capaz indica uma provável possibilidade de eu ir ao baile.
Se a entonação for "Capaz que eu vou nesse baile". Significa que eu não vou de jeito nenhum.

Já quando alguém pergunta algo e eu repondo: Capaz, capaz mesmo ou bem capaz. Significa que não há nenhum possibilidade de ser verdade.

A entonação Capaz? = - indica espanto ou dúvida quanto ao que a pessoa acabou de ouvir.
Bem Capaz! significa "De jeito nenhum".

Resumindo: Capaz, Bem Capaz e Capaz Mesmo, tem vários significados dependendo da forma como é expresso, e se tu conviveres algum tempo com um grupo de pampeanos irá aprender a diferenciar estas diversas entonações.

Ouvimos, Crioulo dos Pampas, Milonga, Pampa e Querência, depois, Ernesto Nunes, Taura do Rio Grande, e a última, César Oliveira & Rogério Melo, de Anomar Danúbio Vieira, Rogério Melo e Juliano Gomes, Prego na Bota.

Muitas pessoas confundem o Gaúcho com o Pampeano.
O pampa corresponde as planícies dominadas pelo rio da Prata e seus afluentes imediatos, tanto em território argentino e uruguaio como brasileiro.
Compreendendeo as províncias da Argentina, de Buenos Aires a Corrientes, todo o território do Uruguai, além da metade Sul do Rio Grande do Sul.
Para o restante do Brasil, Gaúcho é o gentílico de quem nasce, ou vive, no Rio Grande do Sul. Geografias à parte, os costumes do Gaúcho brasileiro, se estendem do Rio Grande, passando pelo oeste de Santa Catarina e Paraná, até o mato Grosso do Sul, e é claro que existem Gaúchos em todo o Brasil e no mundo.
Lembrando da colonização Italiana e Alemã no nosso estado, vamos trazer mais duas marcas:

Ouvimos, com Bruno Neher e Jorge Fagundes, a trova Desafio do Gaúcho e do Alemão, e depois, O Grupo Piazitos cantando, Querência Amada em Italiano.

O Programa do Boca Braba vai dar vaza praos apoiadores locais e volta em seguidita no más.

Programa do Boca Braba 22ª Tropeada - Bloco 4

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Seguimos falando sobre o Linguajar Campeiro.

A patacauada de hoje é por conta de Ernesto Nunes.

Ouvimos, Ernesto Nunes, de sua autoria, Casa de Praia 2.

Encerrando com chave de ouro o assunto do linguajar campejano, vamos convidar o Lucas Negri do Linha Campeira, para explicar os termos Chiru, China e Chinoca:

O Lucas Negri e seus parceiros apresentam o programa Linha Campeira todo o domingo às 11 horas da manhã aqui na Rádio Vento Norte.

Ouvimos, Jesus Oliveira, Chão Crioulo, depois Walther Moraes, Baio Ruano, e a última, Porca Véia, O Outro Bugio.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 21ª Tropeada - Linguajar Campeiro

 

Programa do Boca Braba - A cultura gaúcha com opinião

21ª Tropeada - Linguajar Campeiro

O tema do programa de hoje é o Linguajar Campeiro.

Vamos falar um pouco sobre as origens e peculiaridades do nosso idioma pampeano.

Mas antes, como de costume, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Ouvimos o Hino Rio-Grandense na interpretação buenacha do grupo MasBah!, e depois com Negro Manolo, Prece Gaúcha.

Todos sabem que o idioma falado no Rio Grande do Sul é o Português. Mas a pátria gáutcha vai além das fronteiras do país e se estende pela pampa Rio-Grandense, Argentina e Uruguaia.
Portanto, podemos concluir que a língua oficial do gaúcho são duas o Português e o Espanhol, ou uma mistura das duas, não só na fronteira, visto que muitas palavras do nosso linguajar se originaram quando essas fronteiras ainda não estavam definidas. Os gaúchos que se desgarraram para colonizar o restante do Brasil, sabem bem a dificuldade que enfrentamos quando tentamos nos comunicar com os habitantes do centro do país e principalmente do nordeste.

No programa de hoje vamos mostrar, então, as origens do nosso linguajar e as principais diferenças do português falado por aqui.

Por enquanto vamos ouvir algumas marcas e seguimos a prosa logo mais.

Ouvimos, Jesus Oliveira, do disco Mateando Solito a Composição, Berço Sagrado, depois, Luiz Carlos Borges, Pedindo Cancha, e a última, Mauro Moraes e Quarteto Milongueamento, Trancando o Garrão.

Nestas marcas ouvimos diversos termos que não se encontram na língua portuguesa, e se tu não teves o privilégio de nascer gaúcho ou não conheces a nossa cultura, talvez não tenha entendido o significado. No próximo bloco vamos explicar alguns desses termos e ensinar o caminho das pedras para que tu possas aprender o nosso idioma.
Por enquanto, vamos com mais música:

Ouvimos, na voz de José Cláudio Machado, a composição de Simão Goldman, eternizada por Paixão Côrtes no disco Folclore Puro do Sul de 1978, Hino ao Rio Grande.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito, como sempre, pra te pedir que visite os apoiadores do Programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.


 

Programa do Boca Braba 21ª Tropeada - Bloco 2

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje falando sobre o Linguajar Campeiro.

A formação de um novo idioma não acontece da noite pro dia, nem se pode impor a um povo, como querem alguns grupelhos - iremos falar mais sobre isso no chasque do boca braba - Uma nova língua se forma da derivação de um idioma existente, e isso pode levar centenas de anos. Como exemplo, podemos citar o próprio idioma Português, que assim como o Espanhol e o Italiano, nasceram do Latim, que hoje só é falado no Vaticano. O mesmo aconteceu com o Inglês e o Alemão, que são derivados do idioma Anglo-saxão. Por isso as semelhanças entre estes idiomas de mesma origem. Curioso destacar que o Português, na sua origem era um dialeto falado pelas classes mais humildes do império romano, como acontece hoje nos fundões do Brasil. Inclusive, o Poeta Olavo Bilac, refere-se a língua portuguesa, no soneto de mesmo nome, como a “Última flor do Lácio, inculta e bela”, devido ao fato desta ter sido uma língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados romanos da região italiana do Lácio.

Bueno, voltando ao nosso tema, o idioma Gaúcho originou-se do Português e do Espanhol, e, conforme eu havia prometido, vamos ensinar, ou relembrar, alguns termos, mas antes, vamos ouvir mais algumas marcas recheadas de expressões regionais:

Dentre as centenas de expressões gauchescas, muitas são exclusivas do nosso vocabulário, outras são palavras que até existem no idioma português, mas, para nós tem um significado diverso. Dois exemplos clássicos são Barbaridade e Capaz. Que no linguajar campejano tem um significado diferente e, inclusive, vários significados, dependendo da entonação. Dos termos próprios, o mais famoso, com certeza é o Tchê. E já vou avisando que não tem nada a ver com o artigo "o" ou "a" do  idioma inglês, apesar de usarmos o tchê pra nos referirmos a alguém. Reza a lenda que o termo deriva da palavra espanhola celeste, ou da expressão gente do céu.

Se tu queres te aprofundar no idioma gauchês eu recomendo o livro Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Riograndense, do escritor Aldyr Garcia Schlee.

Nascido em Jaguarão, a 22 de novembro de 1934, Aldyr Garcia Schlee foi escritor fronteiriço e tradutor bilíngue, que escreveu e publicou sua obra tanto em português quanto em espanhol. Com larga carreira no jornalismo, nas artes gráficas e no magistério superior do Brasil, foi desenhista profissional (vencedor, em 1953, de concurso nacional para a escolha do uniforme da Seleção Brasileira de Futebol), foi também jornalista (ganhador do Prêmio Esso de Reportagem, em 1962) e Doutor em Ciências Humanas, tendo atuado por mais de 30 anos na Universidade Federal de Pelotas e na Universidade Católica de Pelotas (onde fundou o Curso de Jornalismo), concluindo sua carreira universitária como professor-visitante do Programa de Pós-graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre.
Aldyr Garcia Schlee partiu pra a estância de cima em 15 de novembro de 2018.

Se tu queres conhecer melhor as obras de Aldyr Garcia e inclusive baixar o dicionário pampeano em pdf, podes acessar em dicionariopampeano.com.br

Ouvimos, a composição de Rogério Ávila, música de Leonel Gomez, na voz deste, Namoro de Corvo, depois, Adelar Rosa, Budega do Nenê, e a última, Walther Moraes, Pra Não Falar Em Cavalo.

Falamos das orígens do nosso linguajar e que este teve influência do Português e do Espanhol, mas não podemos esquecer que o Rio Grande foi colonizado por outras culturas, como a Alemã e a Italiana, e, nestas regiões nossa fala teve influência destes dois povos.
Então, vamos homenageá-los com duas marcas:

Ouvimos, Os Três Chirus, Vaquinha Preta, depois, Gugu Gaiteiro cantou, Del Fondo dea Rossa, versão em italiano do sucesso do Baitaca, Do Fundo Da Grota.

Vamos ouvir os chasques dos apoiadores locais e já voltamos.


Programa do Boca Braba 21ª Tropeada – Bloco 3

 

Imagem: Lobisomem. 

Crédito: https://falauniversidades.com.br/saiba-como-surgiu-o-mito-do-lobisomem/

Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba

O tema do programa de hoje é o Linguajar Campeiro, e vimos nos bloco anteriores que o idioma se forma ao longo do tempo com as influências das línguas mãe e da incorporação de termos do dialeto local que transformam a língua original em um novo idioma. Mas temos visto, ultimamente, algumas tentativas de mudar o idioma nacional para incorporar termos que agradam algumas minorias. Estou, falando, é claro, do tal gênero neutro, que é uma tentativa de criar palavras ambíguas para não ofender determinadas categorias.

Mas é necessário algumas considerações. Primeiro: Se alguém pertencente ao gênero masculino e quer se identificar como feminino será tratado com Ela. Se a pessoa pertencente ao gênero feminino e quer se identificar como masculino será tratado com Ele. Simples.
Agora, se querem criar o termo "Elu" para se referir a alguém sem definir o gênero, significa que a pessoa não sabe a qual gênero pertence? É mais ou menos como o sujeito indeciso que quer trocar de sexo mais ainda não escolheu qual.
O pior de tudo é ver uma grande empresa de mídia se engajando no assunto, e isso nos leva a segunda consideração: o que define o gênero não é o artigo, e sim o substantivo. Por exemplo: jornal é uma palavra masculina, então falamos "o Jornal o Globo". Já rede é uma palavra feminina, então chamamos "a Rede Globo". Se eles querem tanto implantar o gênero neutro deveriam alterar sua marca para Rede Globe de Televisão.

Ouvimos, de Jayme Caetano Braun, na voz de Luiz Marenco, Destinos, depois, Alma Musiqueira, de Gilson Aguiar e Jari Terres, Minha Gaitinha, e a última, Bugre Missioneiro, de Gildo de Freitas, A Definição do Grito.

Ouvimos, Cezar Oliveira e Rogério Melo, de Anomar Danúbio Vieira e Rogério Melo, Os Loco Lá da Fronteira, depois, Joca Martins do show de encerramento da 41ª Coxilha Nativista, a música de Oacy Lima Rosenhain e Nilo Brum, Cantar Galponeiro, e a última, Shana Muller, de Gujo Teixeira/ Luiz Marenco, Um Vistaço na Tropa.


Programa do Boca Braba 21ª Tropeada – Bloco 4

 

Foto: Moraezinho. Crédito: Reprodução/Facebook

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião.


Hoje o tema do Programa é Forma e Conteúdo e a patacauada é por conta Moraezinho:

Ouvimos, Moraezinho, A Cacimba da Vizinha.

A payada de hoje é por conta de Odilon Ramos.

Ovimos, de Odilon Ramos, a payada, Das Taperas, depois, Namorando a Muié Véia.

No Quadro, Tronqueiras do Rio Grande, vamos trazer Tibúrcio da Estância, Telmo de Lima Freitas e Luiz Carlos Borges

Ouvimos, Tibúrcio da Estancia, Batendo os Tição, depois Telmo de Lima Freitas, Pago Santo e a última, Luiz Carlos Borges, dele e de Sérgio Jacaré, O Mundo Muda.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.



domingo, 3 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Forma e Conteúdo

 

Crédito da Imagem: Revista El Faro 

https://revista.cultura.cfi.org.ar/articulos/kilometro-11-el-sitio-incierto-del-nacimiento-de-un-himno/

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba.

O tema do programa de hoje é Forma e Conteúdo. Vamos falar um pouco sobre o porque de algumas composições fazerem mais sucesso que outras. Mas antes, como sempre, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração em forma de canção:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Ouvimos o Hino Rio Grandense executado ao violão por Marcello Caminha e depois a Composição de Arabi Rodrigues e Luiz Carlos Lanfredi, Prece Telúrica, na voz de João Luiz Correa.

Na semana passada falamos sobre Milongas e Chamamés, e, como o assunto é extenso, faltou falar muitas coisas. Hoje estamos falando sobre as músicas que fizeram sucesso e os motivos pra isso, então, vamos juntar os dois assuntos e falar sobre o chamamé mais famoso, que inclusive é conhecido como o hino do chamamé: Kilómetro 11:

Kilômetro 11 é uma música do folclore argentino, mais exatamente da região de Corrientes. A letra é de Constante Aguer e a música é de Mario del Tránsito Cocomarola. Foi gravada pela primeira vez em 1940.

Poeta, Cantor, Guitarrista, Escritor e Jornalista, Constante José Aguer nasceu em Buenos Aires, em 6 de abril de 1918 e faleceu na mesma cidade em 31 de julho de 2010.

Mario del Tránsito Cocomarola nasceu em San Cosme del Corrientes, em 15 de Agosto de, 1918 e faleceu em 19 de Setembro de 1974, foi músico e folclorista e é considerado uma das mais influentes figuras do chamamé.
No livro “Mis vivencias con el Chamamé”, Leopoldo Castillo explica que o título da música se deve a um problema com o carro que o compositor Tránsito Cocomarola teve no kilômetro 11 da Ruta Nacional.

A versão que ouvimos foi gravada por Cenair Maicá em 1985 no disco Meu Canto.

Na música Chama-me, Beto Caetano mostra uma das versões sobre a orígem deste rítmo.

Vamos ouvir então, estas duas composições:

Ouvimos, Kilómetro 11 na voz de Anderson Oliveira e Tatiéli Bueno, do álbum Do Rio Grande do Passado ao Rio Grande do Futuro, de 2010 e depois Chama-me, música de Beto Caetano na voz de Analise Severo.

Mas o tema de hoje é Forma e Conteúdo. E com estas duas palavras eu quero explicar o que, na minha humilde opinião, define se uma composição cai no gosto popular ou fica no esquecimento.

Para este tocador de rádio, uma música, pra ser considerada bonita, tem que atender a dois aspectos: A forma como é executada, e isto inclui o ritmo, a melodia, o acompanhamento e até a voz do cantador, e o conteúdo, que seria a letra da música e a mensagem que ela traz.
Se uma marca atende a estes dois aspectos, pode ser considerada boa. Se atende a apenas um dos dois aspectos, isto é, se a música for boa e a letra não, ou vice versa, ainda assim pode fazer sucesso. Agora, se não tiver forma nem conteúdo, aí está condenada ao esquecimento.
É claro que isto depende do gosto de cada vivente, e, para realmente fazer sucesso, tem que agradar a maioria.
Para ilustrar, vou mostrar duas marcas que fizeram e ainda fazem muito sucesso.

Ouvimos, Baitaca, da gravação original de 2002 no disco Meu Rio Grande é Deste Jeito, Do Fundo da Grota, depois, como Os Serranos, de Gujo Teixeira e Luiz Marenco, Batendo Água.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 2

 

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Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje falando sobre Forma e Conteúdo.

Em 1971, iniciava no rio grande a era dos Festivais, com a 1ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, e, apesar da grande contribuição para a cultura gaúcha, os festivais passaram a filtrar as composições que seriam ou não gravadas e nem sempre as vencedoras agradavam a maioria. Para citar um exemplo, a Música que ouvimos no final do bloco anterior, Batendo Água de Gujo Teixeira e Luiz Marenco, foi concorrente, em 1997, da 17ª Coxilha Nativista de Cruz Alta, interpretada por Luiz Marenco junto com Jari Terres, com arranjos ao violão de Marcello Caminha e na gaita de Leonel Gomez - só aí já temos cinco dos maiores artistas gaúchos. Pois a música não ganhou prêmio algum e só foi parar no disco do festival por puro acaso. Nesta edição a música considerada a mais popular foi a rancheira Surungo de Chão Batido, com o Grupo Raça Campeira, vamos ouvi-la pra que tu possas tirar a tua própria conclusão:

Seguindo nossa tropeada vamos ouvir outras marcas que ficaram famosas devido, ou apesar dos festivais:

Ouvimos, Gaita Campeira, na voz de Nenito Sarturi, composição deste e de Horácio Côrtez, vencedora do Trofeu Quero Quero com música mais popular da 1a Coxilha Nativista de Cruz Alta.
depois, com Dorotéo Fagundes, De Marcha Batida, Letra e Música de Telmo de Lima Freitas, da 14ª Califórnia da Canção Nativa de 1984.

Ouvimos, Angelino Rogério, Tacando o Rebolo, música mais popular da 20ª Coxilha Nativista, e depois Joca Martins, Recuerdos da 28, música de Knelmo e Fransciso Alves, defendida por Juarez Brasil e Grupo Gaudérios na 10ª Califórnia.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito pra te pedir que visite os apoiadores do programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 3

 

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Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba:

O tema do programa de hoje é Forma e Conteúdo e vimos que isso é muito importante para que possamos definir se gostamos de uma música ou não.
Mas é muito importante verificar que no nosso dia a dia convivemos com pessoas e podemos aplicar a mesma interpretação com relação aos viventes. Muitas vezes, uma pessoa que apresenta boa forma, bem vestido, bem apessoado, sorriso no rosto... não apresenta conteúdo algum. Outras vezes aquele que não tem um bom aspecto aos nossos olhos tem algo interessante para nos dizer.
É, mais ou menos como o causo da carroça.
Certa feita, pai e filho estavam pescando e ouviram um barulho ao longe na estrada. O Pai falou pro Filho:
- Tá vindo uma carroça, e está vazia.
O filho respondeu:
- Que é uma carroça eu sei, mas como é que o senhor sabe que está vazia.
- É simples - respondeu o pai - Se estivesse carregada, não faria tanto barulho.
E acrescentou:
- Assim são as pessoas, filho, quanto mais barulho fazem, mais vazias são suas palavras.

Ouvimos, a composição de Sérgio Carvalho Pereira e Luiz Marenco, na voz deste, Passo da Noite, segunda colocada e melhor poesia da 13ª Vigília Do Canto Gaúcho de Cachoeira do sul em 2002, depois, Leonel Gomes, O Diabo e o Turco, e a última com Luiz Marenco e José Cláudio Machado, a composição deste, Trancaço.

Ouvimos, de José Cláudio Machado, na interpretação de Bebeto Alves, Milonga Abaixo de Mau Tempo, depois, Adriano Gomes cantando, Tô A Cavalo, música dele e de Gujo Teixeira, e a última de José Mendes, na voz de José Mendes Filho, Prece.

O Programa do Boca Braba vai dar vaza pros apoiadores locais e volta em seguidita no más.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 4

 

Hoje o tema do Programa é Forma e Conteúdo.  A patacauada é por conta de Ademar Silva, e a payada  é Vaqueano, com Jayme Caetano Braun.

O programa de hoje é sobre Forma e Conteúdo, e já mostramos varias marcas que se enquadram no conceito de belo segundo estes dois aspectos. Mas eu quero mostrar duas composições que, apesar de não agradarem a todos, passam uma bela mensagem:

Ouvimos, Ângelo Franco, Balaio, Lança e Taquara e antes, Walther Moraes, A Visão da Janela.

Ouvimos, Angelino Rogério, Avo Gaiteiro, música vencedora do 1º Carijo da Canção, e depois, Juliana Spanevelo com participação de Joca Martis, Estampa.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.

sábado, 2 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 19ª Tropeada - Milongueando uns Chamamés

 

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba. Quero mandar um quebra-costela bem chinchado pra esta gauchada que está na escuta do programa, agradecendo ao Patrão Eterno por me permitir estar aqui e pedindo a Ele que abençoe a todos nós.

O tema do programa de hoje é Milongueando uns Chamamés.

Vamos falar um pouco sobre estes dois ritmos genuinamente gaúchos e tocar algumas marcas bem conhecidas e outras nem tanto. Mas antes, como sempre, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração em forma de canção:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião.

Ouvimos o Hino Rio Grandense instrumental executado por Renato Borghetti e Yamandu Costa, depois, a milonga de Adriano Silva Alves, Música de Marcelo Oliveira, na voz deste, Quando Entreguei Minh'alma em Prece pra Guitarra. Gravado ao vivo em 2007 na 4ª Aldeia da Música do Mercosul em Gravataí.

Milonga é um gênero musical típico da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Este ritmo surgiu, provavelmente, na região rio-platina da argentina e tem uma relação íntima com as payadas, tanto que o termo “milonga” tem origem no dialeto africano de angola onde significa palavra ou palavreado, justamente pelo fato das payadas contarem causos longos. Posteriormente, o acompanhamento das payadas se transformou no ritmo que conhecemos hoje por Milonga.

A primeira música neste ritmo gravada no Brasil foi Milonga do Bem Querer, pelo Conjunto Farroupilha em 1968, alguns atribuem a composição à Cláudio Pinto, outros afirmam que a autoria pertence a Barbosa Lessa, que teria resgatado a letra da cultura popular.

Ouvimos, Porca Véia cantando, Milonga do bem Querer.

Ouvimos, Luis Carlos Borges, Encontro com a Milonga, depois Teixeirinha, Triste Milonga, e a última, Joca Martins, Milongão da Gineteada.

Como podemos perceber, a Milonga tem diversas variações e além de ser executada originalmente na guitarra e no violão, hoje as performances integram também outros instrumentos, como, por exemplo, a flauta, o violino e a gaita. Também já são conhecidas composições de ritmo um pouco mais acelerado, cuja inspiração parte de outros estilos, a exemplo do Candomblé, do Jazz e do Samba. Entre as variações há, inclusive, aquelas desenvolvidas em tonalidade maior que contam com escalas menores em sua estrutura, o que passa ao ouvinte a impressão dolente, de certa melancolia. Como poderemos ouvir nos próximos blocos do programa.

Se tu queres aprender mais sobre a Milonga, lá no Bolicho do Boca Braba tem um vídeo, do Projeto Iniciando no CTG, sobre este ritmo pampeano.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito, como sempre, pra te pedir que visite os apoiadores do Programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.


Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 2

 

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Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje Milongueando uns Chamamés.

No bloco anterior, falamos sobre o ritmo Milonga, agora falaremos um pouco sobre o Chamamé.

Chamamé é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai, Uruguai e Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. É considerado uma expressão artística que tem elementos da cultura indígena guarani, afro-americana e europeia. Foi declarado Patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em dezembro de 2020.

Tradicionalmente, os instrumentos utilizados pelos chamamezeiros são dois violões e um bandoneón. No Rio Grande do Sul o bandoneón é substituído pela gaita apianada, a de oito baixos ou a gaitinha de botão.
A origem da palavra chamamé não é muito certa, alguns historiadores procuram atribuir à palavra o significado improvisar, porém, trata-se somente de uma tentativa de buscar uma origem nas línguas indígenas, a qual não pode ser comprovada. Para os argentinos, chamamé significa "senhora ama-me". No Brasil, a palavra tem o significado de "chama-me para bailar" ou "te aprochega".

Ouvimos, Oswaldir e Carlos Magrão, Outras Fronteiras, depois, Mauro Moraes e Quarteto Milongueamento, Milonga Véia Gaucha, e a última, Os Fagundes, Louco por Chamamé.

Uma das características mais marcantes das interpretações dos chamamés é o sapucay, que é aquele grito gaúcho que costumamos emitir quanto estamos comemorando algo, querendo chamar a atenção ou simplesmente por pura patacuada. O Sapucay tem origem indígena e em tupi-guarany a palavra significa grito.

Ouvimos, Xirú Missioneiro, Num Chamamé, depois, Buenas e M'espalho, De São Miguel A Mercedes, e a última, Luiz Carlos Borges, Na chama do Chamamé.

Se tu queres saber mais sobre o Chamamé vai lá no Bolicho do Boca Braba. Lá tem um vídeo do Canal Linha Campeira sobre o assunto.


Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 3

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Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba:

Hoje o Chasque do Boca Braba não tem nada a ver com o tema do programa. Estamos falando sobre Milongas e Chamamés, mas na semana passada tivemos alguns atropelos e não apresentamos o programa inédito - pelo qual eu peço escusas à gauchada que me acompanha - e apresentamos uma reprise da 6ª tropeada quando falamos do Politicamente Incorreto, e eu resolvi tecer alguns comentários sobre três assuntos polêmicos: Religião, Futebol e Política.

Estes três temas são polêmicos por natureza e frequentemente causam discussões acaloradas e até peleias entre amigos e familiares e, como sempre, este tocador de rádio tem sua opinião própria sobre estes assuntos e peço permisso pra expor minha ideia, já avisando de antemão que ninguém precisa concordar comigo.
Então vamos por partes: Religião é algo que pertence ao íntimo do indivíduo e ninguém tem o direito de impor sua crença a outros. Apesar de a maioria das religiões instruírem seus adeptos a divulgarem sua crença ao mundo, os próprios apóstolos orientaram seus discípulos a ignorarem os descrentes e partir para outra localidade quando não forem bem recebidos.
Portanto cabe a cada indivíduo, respeitar a crença alheia e o direito de cada um de ter a sua própria, ou de não ter crença alguma.

Futebol é semelhante, com o agravante de que ninguém vai conseguir fazer o outro mudar de time, então, torça para o teu clube e respeite a opinião alheia.

Já com a política é um pouco diferente. Na religião e no futebol tu podes escolher em quem acreditar ou pra quem torcer ou escolher não acreditar em nada e não torcer pra time algum, visto que a tua escolha só afetará a ti e a mais ninguém.

Na política, a escolha de cada indivíduo, tem reflexo em toda a sociedade. Vou dar um exemplo: Se tu moras num condomínio, a tua opinião em uma reunião de condôminos afeta a todos os moradores tanto no aspecto social quanto no financeiro e se tu não participa da reunião, tem que acatar a decisão da maioria. Isso se chama democracia.
Como disse o filósofo Platão à mais de 2300 anos: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam".
E todos sabemos que a maioria é calavera.

Ouvimos, Elton Saldanha, O Dia em Que Proibiram o Chamamé, depois, Noel Guarany, Milonga da Chuva, e a última, João Luiz Correa, Viajando no Chamamé.

Ouvimos, de Luiz Carlos Borges na voz de Victor Hugo, Chamamecero e antes, Jorge Guedes e Família, Chamameceros de Ley

Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 4

 

Crédito da imagem: Pixabay

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com a nossa tropeada hoje falando sobre Milongas e Chamamés.

A patacauada de hoje e por conta de Nico Fagunde e Pedro Ortaça:

Ouvimos, Antonio Augusto Fagundes contando o causo do Castelhano Macho, depois, Pedro Ortaça, de sua autoria, Desdobrando um Chamamé.

Numa dessas tropeadas tocamos a payada "Que diacho! eu gostava do meu cusco" de autoria de Alcy José de Vargas Cheuiche, pois o Odilon Ramos compôs a continuação desta payada que chamou de O filho do Meu Cusco, que vamos ouvira agora:

Um dos maiores compositores de milongas foi José Cláudio Machado, então vamos ouvir na voz deste, Milonga Abaixo de Mau Tempo e na voz de Luiz Marenco, Dobrando os Pelegos.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 18ª Tropeada - Tronqueiras do Rio Grande - Parte 3 - Telmo de Lima Freitas

 

Telmo de Lima Freitas - Cantiga de Ronda - Raízes do Sul - youtube.com/watch?v=Ch0c8qyjSLY

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba. Quero agradecer a parceria e mandar um quebra-costela bem chinchado pra toda esta gauchada que tá na escuta, pedindo ao Patrão Eterno que abençoe a todos nós.

No último programa falamos sobre os Grandes Compositores e eu cruzei de largo um dos maiores compositores do sul do mundo porque eu precisava pagar uma dívida com este esteio da pátria gaucha. Então o tema de hoje será os Tronqueiras do Rio Grande - Parte III - e falaremos sobre Telmo de Lima Freitas.

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Ouvimos o Hino Rio-Grandense na voz de Luiz Marenco, gravado ao vivo em Caxias do Sul, no ano de 2007 e depois, na voz de Edson Otto, a composição de Telmo de Limas Freitas, Prece ao Minuano.

Telmo de Lima Freitas nasceu em São Borja, aos 13 de fevereiro de 1933 e faleceu em 18 de fevereiro de 2021, cinco dias após completar seus 88 anos de vida.

Este Tronqueira do Rio Grande foi cantor, compositor e violonista. Começou sua carreira artística aos 14 anos enquanto conciliava suas apresentações com as funções de peão de estância. Apesar de relatar a rotina de uma charqueada na música Aguateiro, não se sabe ao certo se Don Telmo trabalhou realmente neste tipo de atividade.

Ouvimos, Aguateiro, do disco O Canto de Telmo de Lima Freitas, de 1973. Este foi o primeiro disco de Don Telmo e foi lançado pela antiga gravadora Polygram.

Telmo de Lima Freitas gravou poucos discos se levarmos em conta a quantidade de músicas que compôs. O segundo disco só foi gravado no ano de 1990, 17 anos após o primeiro, e de forma independente, isto é, sem o apoio de uma gravadora oficial. Vamos falar mais um pouco sobre esse assunto no chasque do Boca Braba de hoje.
Mas este grande compositor teve suas músicas gravadas por outros grandes artistas. Do disco O Canto de Telmo de Lima Freitas, de 1973, vamos ouvir, Prenda Minha, na voz de Porca Véia, Cantiga de Ronda com José Cláudio Machado e Cevando Mate na voz de Iedo Silva.




Programa do Boca Braba 18ª Tropeada - Bloco 2

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com esta tropeada do boca braba, hoje com a terceira edição dos Tronqueiras do Rio Grande falando sobre Telmo de Lima Freitas.

No bloco anterior, falamos que Telmo de Lima Freitas gravou seu segundo disco 17 anos após o primeiro, porém de 1993 à 2002 Don Telmo gravou seis discos com a Gravadora USADiscos, que apesar do nome é uma das maiores apoiadoras da canção gaúcha tendo gravado centenas de discos de compositores tradicionalistas. Em 2006, Telmo gravou, em Porto Alegre, outra vez de forma independente, uma compilação de sua discografia, denominada Aparte, onde toca e canta com antigos parceiros, como Joãozinho Índio, Luiz Carlos Borges e Paulinho Pires. A produção foi dirigida por sua filha, Ana Elisa de Castro Freitas, com engenharia de som de Cristiano Scherer, arranjo vocal da própria Ana Elisa e participação dos netos, João Francisco Freitas Scherer e Carolina Freitas Scherer e trás a percussão assinada pelo filho, Kiko Freitas, que inclui tesouras de tosquia entre os objetos percussivos na clássica faixa Esquilador que vamos ouvir agora.

Esta releitura das músicas de Dom Telmo também pode ser percebida na faixa Tempos de Praça.

Telmo de Lima Freitas foi vencedor de três Prêmios Açorianos. Em 2012 foi o Homenageado do Ano - pelo conjunto da obra e em foi considerado o melhor compositor e Melhor Disco de Música Regional com o Álbum A Mesma Fuça, do qual vamos ouvir a faixa que dá nome ao disco e depois Açougueiro

Em 1971 Dom Telmo criou junto com seus amigos Edson Otto e José Antônio Hahn, o grupo Os Cantores dos Sete Povos. Com o grupo, Telmo participou das 11 primeiras edições da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana e em 1979 conquistou o troféu Calhandra de Ouro, com a canção Esquilador.

No 16º Carijo da Canção Gaúcha de Palmeira das Missões, junto com Flávio Hansen, Telmo participou com a música Cavalo.

Vamos ouvir os chasques dos apoiadores locais e já voltamos.


Programa do Boca Braba 18ª Tropeada - Bloco 3

 

Noel Guarany. Crédito: linhacampeira.com

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba:

Falamos, no primeiro bloco, sobre o fato de Dom Telmo ter gravado o primeiro disco em 1973 pela gravadora Polygram e só ter voltado a gravar em 1990, 17 anos depois, com um disco independente. O mesmo ocorreu com Noel Guarany, outro Tronco Missioneiro que gravou vários discos de forma independente. O motivo era que, na época, as gravadoras eram todas do centro do país, haviam grandes dificuldades para gravar, e principalmente, divulgar as músicas regionais, mas o grande problema era que a maior parte dos lucros com a venda dos discos ficava com a gravadora. Motivo pelo qual Noel Guarany chegou a redigir uma carta aberta à imprensa, em 1982, na qual reclamava do tratamento recebido pela gravadora RGE. Felizmente, surgiu, no final dos anos 80 a gravadora USA Discos e depois outras como a Mega Tche Discos, estas locais, que se dedicaram exclusivamente à música regional. Infelizmente, Noel Guarany retirou-se dos palcos em 1985, já debilitado pela doença que o vitimou em 1998, e não teve a oportunidade de lançar seus discos com as gravadoras locais.
Mas a mensagem que eu quero passar, aliás, reforçar, já que falei no assunto logo no início desta fase do programa do Boca Braba, é a necessidade de valorização da nossa classe artística.
Para ilustrar vou fazer uma comparação: Quando tú queres construir uma casa, reformar teu carro ou tratar da tua saúde, só para citar alguns ramos de atividade, se tu não tens competência, tu procuras um profissional competente, as vezes, mesmo conhecendo o ramo, tu precisas de um profissional, visto que, por exemplo, um médico ou um barbeiro, não consegue tratar do próprio corpo. E todo o profissional deve ser bem remunerado pelo seu trabalho. Com a música e a poesia é a mesma coisa: Se tú não sabes fazer uns versos ou tocar um instrumento, tens que reconhecer aqueles que nasceram com este dom, e mesmo que tu sejas um músico ou poeta, se fores humilde, irás reconhecer o talento alheio.
E o trabalho do artista tem que ser recompensado. Portanto, se tu realmente gosta do teu artista preferido, compre o CD ou DVD, ou pelo menos vai lá no Youtube ou nas plataformas digitais e visite o canal oficial do teu artista. Assim tu estarás contribuindo e retribuindo o trabalho destes profissionais.

Aqui, tu tens uma lista dos artistas com links para seus canais oficiais, se, por acaso, tu não encontrares o teu artista preferido manda um chasque que iremos campear o vivente e colocar lá.

Um dos grandes intérpretes das músicas de Dom Telmo foi Luiz Carlos Borges e este, junto com Vinícius Brum, compôs uma das mais lindas homenagens ao nosso Tronqueira.

Ouvimos, na voz de Luiz Carlos Borges , deste e de Vinícius Brum, do álbum Do Pampa ao Pantanal, lançado em 2002, a composição Telmo de Lima dos 'versos' Freitas

A patacauada de hoje só poderia ser com Telmo de Lima Freitas e a composição Aparte, que é, também, o título da coletânea lançada em 2006.

Como dissemos anteriormente, vários cantores interpretaram músicas de Telmo de Lima Freitas, como Luiz Marenco, Os Mirins e Nenito Sarturi

Ouvimos Luiz Marenco cantando Alma de Galpão, depois Os Mirins, Morena Rosa e a última, Nenito Sarturi e Analise Severo, Primavera de Sonhos.

O Programa do Boca Braba vai dar vaza pros apoiadores locais e volta em seguidita no más.


Programa do Boca Braba 18ª Tropeada - Bloco 4

 

Tamo de volta com a nossa tropeada hoje falando sobre o Tronqueira do Rio Grande, Telmo de Lima Freitas.

Um talento pouco conhecido de Dom Telmo são as payadas, pois Telmo de Lima Freitas compôs vários poemas que ele juntou no Álbum Poesias, lançado em 2002. Deste disco vamos ouvir Venta Rasgada.

Seguindo nossa tropeada que já está se aproximando do destino, vamos ouvir mais algumas canções de Dom Telmo interpretadas por diversos artista, empezando com Antônio Gringo que gravou em 1978 no LP Eu Sou Antônio Gringo, a composição De Pé no Estribo, que Telmo de Lima Freitas compôs em 1973.

Seguimos esta homenagem à Telmo de Lima Freitas com Os Serranos e Marines Siqueira

Ouvimos, Marines Siqueira, Defumando Ausências e antes Os Serranos, Bolicho do Tio Candinho.

E para encerrar José Cláudio Machado e Luiz Carlos Borges

Ouvimos Luiz Carlos Borges, Esquilador, e antes José Cláudio Machado, Canto do Entardecer.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.


quinta-feira, 30 de junho de 2022

Programa do Boca Braba 17ª Tropeada - Grandes Compositores

 

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um programa do Boca Braba. Quero agradecer o costado desta gauchada macanuda e mandar um quebra-costela do tamanho do garrão do Brasil pedindo ao Patrão Eterno que abençoe a todos.

O assunto hoje são os Grandes Compositores. Vamos falar um pouco sobre alguns destes gaúchos que nasceram com o dom de escrever músicas e poesias que ficam eternizadas na mente e no coração da gauchada. Mas antes, como de costume, vamos ouvir nosso hino e uma oração.

Nós ouvimos Cristiano Quevedo interpretando o Hino Rio Grandense na gravação do DVD Contraponto, em Piratini, no ano de 2011, e depois Mano Lima, Ave Maria.

O tema de hoje são Os Grandes Compositores. E eles são muitos, tanto que não será possível homenagear a todos em um único programa. Portanto, assim como estou devendo outros programas sobre os Tronqueiras do Rio Grande, os heróis farroupilhas e outras escaramuças gaúchas, vou ficar devendo, também, outros programas sobre os Grandes Compositores, por enquanto, vamos falar de alguns, empezando com Barbosa Lessa.
Luiz Carlos Barbosa Lessa nasceu em Piratini aos 13 de dezembro de 1929 e faleceu em Camaquã à 11 de março de 2002. Foi folclorista, escritor, músico, advogado e historiador.
Inclusive falamos dele no programa sobre os Tronqueiras do Rio Grande, pois Barbosa Lessa foi um dos fundadores do Movimento Tradicionalista Gaúcho. E foi nas suas pesquisas sobre a música regional que ele resgatou e compôs letras inesquecíveis, como Negrinho do Pastoreio, Balaio e Quando Sopra o Minuano. Nas minhas pesquisas não consegui encontrar nenhuma gravação na voz de Barbosa Lessa, mas suas composições forma interpretadas por diversos artistas gaúchos e até do centro do país, como Inezita Barroso, Leopoldo Rassier, Kleiton & Kledir e José Cláudio Machado.

Se tu queres saber mais sobre este Tronqueira do Rio Grande, veja um vídeo documentário sobre Luiz Carlos Barbosa Lessa.

Há pouco ouvimos, na voz de José Cláudio Machado, a composição de Barbosa Lessa, Quando Sobra o Minuano.

Pois, José Cláudio Machado, foi outro grande compositor que iremos homenagear hoje. Nascido em Tapes, aos 17 de novembro de 1948, José Cláudio Machado compôs centenas de músicas interpretadas por ele e por diversos cantores de vários estilos de João de Almeida neto à Bebeto Alves. José Cláudio Machado partiu pra estância de cima em 12 de dezembro de 2011 na cidade de Guaíba.

Ouvimos, Luiz Marenco e José Cláudio Machado, De Bota e Bombacha, depois Joca Martins, Arranchado, e a última Bebeto Alves, Milongueando Uns Troço.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito, como sempre, pra te pedir que visite os apoiadores do programa.  Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.

 

Programa do Boca Braba 17ª Tropeada – Bloco 2

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Hoje estamos falando sobre os Grandes Compositores.

Ainda falando sobre José Cláudio Machado, é interessante ressaltar que este excelente artista não só se importava, e até incentivava, que outros cantores gravassem suas canções, como vimos no bloco anterior, mas também gostava de interpretar canções de outros artistas, como Barbosa Lessa, que ouvimos no bloco anterior, Valdo Nóbrega e outros compositores, como veremos nas canções Alambrador e a Media Luz.

Ouvimos, na voz de José Cláudio Machado, as composiçoes Alambrador, do poeta Valdo Nóbrea e A Media Luz, tango de Carlos Cezar Lenzi e Edgardo Donato.

Esta música que estamos ouvindo ao fundo é A Media Luz executada no violão por Marcello Caminha, se tu queres ver o vídeo desta música  clica em Vídeos.

Seguindo na mesma linha, vamos falar de outro cantor e compositor, este contemporâneo, que também interpreta composições de outros artista e tem suas músicas gravadas por ele e por outros cantores: Mauro Moraes.

ouvimos, Assim no Más, música de Mauro Moraes na vós de João de Almeida Neto. Com esta interpretação, João de Almeida Neto e Mauro Moraes junto com Talo Pereyra, Aurélio Leal e Luis Cardoso, Conquistaram o prêmio de Melhor Conjunto Instrumental na 9ª Edição da
Tertúlia Musical Nativista de Santa Maria em 1988.

Nascido em Uruguaiana,Mauro Moraes é cantor, compositor e violonista, e já foi premiado com 6 troféus Açorianos de Música. Em 1999, 2004, 2005 e 2007, nas categorias Melhor Compositor, Música Regional e Melhor Disco Regional.
Em 2002, foi homenageado na Câmara Municipal de Porto Alegre com o Prêmio Lupicínio Rodrigues, pelo conjunto de sua obra. Foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em 2014, pelo seus 30 anos de carreira e em 2017, na 40ª Califórnia da Canção Nativa. Mauro Moraes também possui dois Discos de Ouro pela gravadora USADISCOS, pelos álbuns De Bota e Bombacha, onde José Claudio Machado e Luiz Marenco interpretaram músicas suas, e Com Todas as Letras, que interpretou ao lado do grupo Quarteto Milongueamento.

Ouvimos, nas vozes de José Claudio Machado e Luiz Marenco, a música de Mauro Moraes, Dobrando os Pelegos, depois Mauro Moraes e Quarteto Milongueamento, Feito o Carreto.

Outro compositor que segue na mesma linha é Gujo Teixeira.

Paulo Henrique Teixeira de Souza nasceu em Porto Alegre e é músico, compositor e pecuarista, estudou na UFSM, formando-se em medicina veterinária.

Reside em Lavras do Sul, onde escreve seus poemas e livros, e trabalha na produção pecuária em sua propriedade rural.

Gujo é bastante conhecido por sua parceria com Luiz Marenco, mas também gravou com o grupo Alma Musiqueira.

Ouvimos, Alma Musiqueira, Tô a Cavalo e depois, com Jari Terres e Luiz Marenco, a composição deste e de Gujo Teixeira, Batendo Água.

Vamos ouvir os chasques dos apoiadores locais e já voltamos.

Programa do Boca Braba 17ª Tropeada – Bloco 3

 

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com a nossa tropeada hoje falando sobre os grandes compositores.

E se falarmos de Grandes Compositores, não podemos esquecer os Payadores, e talvez o maior deles, ou um dos maiores seja Dom Jaime Caetano Braun.

Jayme Guilherme Caetano Braun nasceu na Timbaúva, então distrito de São Luiz Gonzaga em 30 de janeiro de 1924 e faleceu em Porto Alegre em 8 de julho de 1999. Foi um payador, poeta e escritor, prestigiado também na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Considerado um dos maiores nomes da música gaúcha, ao lado de Pedro Ortaça, Noel Guarany e Cenair Maicá com os quais forma os Quatro Troncos Missioneiros.

Pra quem não sabe, Pajada é uma forma de poesia em estrofes de 8 versos, onde o primeiro verso rima com o quarto, o quinto, e o último, o segundo rima com o terceiro, e o sexto rima com o sétimo. O declamador é acompanhado por violão ou gaita normalmente em ritmo de milonga.

Se a explicação ficou meio confusa, vamos escutar a payada O último Bochincho e eu peço que preste atenção nas rimas que tu vais entender.

Mas a payada também pode ser uma poesia contando um causo onde a rima não é tão importante, como podemos ver na poesia Peão de Tropa.

As payadas de Don Jaime foram gravadas e adaptadas em forma de canção por vários artistas como podemos ouvir a seguir:

O Programa do Boca Braba vai dar vaza pros apoiadores locais e volta em seguidita no más.