Ao ver as notícias sobre quebra de sigilo fiscal, agora assumido pela Receita que foi de dentro do governo, alguém pode pensar: Eu não tenho nada a ver com isso. Têm! Imagina que você está no trânsito e esbarra, por acaso, o seu veículo com outro dirigido por um membro do governo. Pronto. Ele pode acessar sua declaração de Imposto de Renda, sua conta bancária, sua ficha policial ( quem pode acessar também pode inserir dados) e você estará lascado. Até provar que não é cavalo já comeu um saco de milho.
Estamos vivendo num estado policialesco, onde o governo não tem freios, e ninguém está salvo.
Veja o comentário do Coronel sobre o caso:
É muita inocência pensar que foi apenas o histórico fiscal de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, que foi vasculhado pelo governo petista para montar um Dossiê contra Serra. É óbvio que foram dezenas, talvez centenas de adversários que tiveram os dados devassados dentro da Receita Federal, por funcionários públicos corruptos e safados, agindo por interesses políticos e eleitoreiros. O caso de Eduardo Jorge só veio à tona porque os quadrilheiros do Fisco, seguindo ordens dos bandidos do Comitê, subordinados aos estelionatários eleitorais da Campanha, sob a proteção do chefão da Sofisticada Organização Criminosa, acharam que tinham encontrado um grave problema nas suas declarações de renda. Tiraram cópias, passaram adiante e os documentos vieram parar nas mãos da imprensa. Não há dúvida alguma que vasculharam a vida de José Serra, Geraldo Alckmin, Yeda Crusius, Álvaro Dias, Rodrigo Maia, José Agripino e dezenas de outros membros da oposição. Seria interessante que estes políticos pudessem saber quantas
"movimentações" e
"acessos" ocorreram nas suas declarações de renda, quem as fez e quem as comandou. Obviamente, apareceriam os nomes dos mesmos bandidos salafrários que agiram contra Eduardo Jorge.
Matéria publicada em O Globo. Clique sobre a imagem para ampliar e ler.