sábado, 2 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 19ª Tropeada - Milongueando uns Chamamés

 

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba. Quero mandar um quebra-costela bem chinchado pra esta gauchada que está na escuta do programa, agradecendo ao Patrão Eterno por me permitir estar aqui e pedindo a Ele que abençoe a todos nós.

O tema do programa de hoje é Milongueando uns Chamamés.

Vamos falar um pouco sobre estes dois ritmos genuinamente gaúchos e tocar algumas marcas bem conhecidas e outras nem tanto. Mas antes, como sempre, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração em forma de canção:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião.

Ouvimos o Hino Rio Grandense instrumental executado por Renato Borghetti e Yamandu Costa, depois, a milonga de Adriano Silva Alves, Música de Marcelo Oliveira, na voz deste, Quando Entreguei Minh'alma em Prece pra Guitarra. Gravado ao vivo em 2007 na 4ª Aldeia da Música do Mercosul em Gravataí.

Milonga é um gênero musical típico da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Este ritmo surgiu, provavelmente, na região rio-platina da argentina e tem uma relação íntima com as payadas, tanto que o termo “milonga” tem origem no dialeto africano de angola onde significa palavra ou palavreado, justamente pelo fato das payadas contarem causos longos. Posteriormente, o acompanhamento das payadas se transformou no ritmo que conhecemos hoje por Milonga.

A primeira música neste ritmo gravada no Brasil foi Milonga do Bem Querer, pelo Conjunto Farroupilha em 1968, alguns atribuem a composição à Cláudio Pinto, outros afirmam que a autoria pertence a Barbosa Lessa, que teria resgatado a letra da cultura popular.

Ouvimos, Porca Véia cantando, Milonga do bem Querer.

Ouvimos, Luis Carlos Borges, Encontro com a Milonga, depois Teixeirinha, Triste Milonga, e a última, Joca Martins, Milongão da Gineteada.

Como podemos perceber, a Milonga tem diversas variações e além de ser executada originalmente na guitarra e no violão, hoje as performances integram também outros instrumentos, como, por exemplo, a flauta, o violino e a gaita. Também já são conhecidas composições de ritmo um pouco mais acelerado, cuja inspiração parte de outros estilos, a exemplo do Candomblé, do Jazz e do Samba. Entre as variações há, inclusive, aquelas desenvolvidas em tonalidade maior que contam com escalas menores em sua estrutura, o que passa ao ouvinte a impressão dolente, de certa melancolia. Como poderemos ouvir nos próximos blocos do programa.

Se tu queres aprender mais sobre a Milonga, lá no Bolicho do Boca Braba tem um vídeo, do Projeto Iniciando no CTG, sobre este ritmo pampeano.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito, como sempre, pra te pedir que visite os apoiadores do Programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.


Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 2

 

Crédito: https://pixabay.com/pt/cameras/sony-ilce-6000-3794/

Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje Milongueando uns Chamamés.

No bloco anterior, falamos sobre o ritmo Milonga, agora falaremos um pouco sobre o Chamamé.

Chamamé é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai, Uruguai e Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. É considerado uma expressão artística que tem elementos da cultura indígena guarani, afro-americana e europeia. Foi declarado Patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em dezembro de 2020.

Tradicionalmente, os instrumentos utilizados pelos chamamezeiros são dois violões e um bandoneón. No Rio Grande do Sul o bandoneón é substituído pela gaita apianada, a de oito baixos ou a gaitinha de botão.
A origem da palavra chamamé não é muito certa, alguns historiadores procuram atribuir à palavra o significado improvisar, porém, trata-se somente de uma tentativa de buscar uma origem nas línguas indígenas, a qual não pode ser comprovada. Para os argentinos, chamamé significa "senhora ama-me". No Brasil, a palavra tem o significado de "chama-me para bailar" ou "te aprochega".

Ouvimos, Oswaldir e Carlos Magrão, Outras Fronteiras, depois, Mauro Moraes e Quarteto Milongueamento, Milonga Véia Gaucha, e a última, Os Fagundes, Louco por Chamamé.

Uma das características mais marcantes das interpretações dos chamamés é o sapucay, que é aquele grito gaúcho que costumamos emitir quanto estamos comemorando algo, querendo chamar a atenção ou simplesmente por pura patacuada. O Sapucay tem origem indígena e em tupi-guarany a palavra significa grito.

Ouvimos, Xirú Missioneiro, Num Chamamé, depois, Buenas e M'espalho, De São Miguel A Mercedes, e a última, Luiz Carlos Borges, Na chama do Chamamé.

Se tu queres saber mais sobre o Chamamé vai lá no Bolicho do Boca Braba. Lá tem um vídeo do Canal Linha Campeira sobre o assunto.


Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 3

Crédito: https://pixabay.com/pt/cameras/fujifilm-x-t10-7852/

Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba:

Hoje o Chasque do Boca Braba não tem nada a ver com o tema do programa. Estamos falando sobre Milongas e Chamamés, mas na semana passada tivemos alguns atropelos e não apresentamos o programa inédito - pelo qual eu peço escusas à gauchada que me acompanha - e apresentamos uma reprise da 6ª tropeada quando falamos do Politicamente Incorreto, e eu resolvi tecer alguns comentários sobre três assuntos polêmicos: Religião, Futebol e Política.

Estes três temas são polêmicos por natureza e frequentemente causam discussões acaloradas e até peleias entre amigos e familiares e, como sempre, este tocador de rádio tem sua opinião própria sobre estes assuntos e peço permisso pra expor minha ideia, já avisando de antemão que ninguém precisa concordar comigo.
Então vamos por partes: Religião é algo que pertence ao íntimo do indivíduo e ninguém tem o direito de impor sua crença a outros. Apesar de a maioria das religiões instruírem seus adeptos a divulgarem sua crença ao mundo, os próprios apóstolos orientaram seus discípulos a ignorarem os descrentes e partir para outra localidade quando não forem bem recebidos.
Portanto cabe a cada indivíduo, respeitar a crença alheia e o direito de cada um de ter a sua própria, ou de não ter crença alguma.

Futebol é semelhante, com o agravante de que ninguém vai conseguir fazer o outro mudar de time, então, torça para o teu clube e respeite a opinião alheia.

Já com a política é um pouco diferente. Na religião e no futebol tu podes escolher em quem acreditar ou pra quem torcer ou escolher não acreditar em nada e não torcer pra time algum, visto que a tua escolha só afetará a ti e a mais ninguém.

Na política, a escolha de cada indivíduo, tem reflexo em toda a sociedade. Vou dar um exemplo: Se tu moras num condomínio, a tua opinião em uma reunião de condôminos afeta a todos os moradores tanto no aspecto social quanto no financeiro e se tu não participa da reunião, tem que acatar a decisão da maioria. Isso se chama democracia.
Como disse o filósofo Platão à mais de 2300 anos: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam".
E todos sabemos que a maioria é calavera.

Ouvimos, Elton Saldanha, O Dia em Que Proibiram o Chamamé, depois, Noel Guarany, Milonga da Chuva, e a última, João Luiz Correa, Viajando no Chamamé.

Ouvimos, de Luiz Carlos Borges na voz de Victor Hugo, Chamamecero e antes, Jorge Guedes e Família, Chamameceros de Ley

Programa do Boca Braba 19ª Tropeada – Bloco 4

 

Crédito da imagem: Pixabay

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com a nossa tropeada hoje falando sobre Milongas e Chamamés.

A patacauada de hoje e por conta de Nico Fagunde e Pedro Ortaça:

Ouvimos, Antonio Augusto Fagundes contando o causo do Castelhano Macho, depois, Pedro Ortaça, de sua autoria, Desdobrando um Chamamé.

Numa dessas tropeadas tocamos a payada "Que diacho! eu gostava do meu cusco" de autoria de Alcy José de Vargas Cheuiche, pois o Odilon Ramos compôs a continuação desta payada que chamou de O filho do Meu Cusco, que vamos ouvira agora:

Um dos maiores compositores de milongas foi José Cláudio Machado, então vamos ouvir na voz deste, Milonga Abaixo de Mau Tempo e na voz de Luiz Marenco, Dobrando os Pelegos.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.