domingo, 3 de julho de 2022

Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Forma e Conteúdo

 

Crédito da Imagem: Revista El Faro 

https://revista.cultura.cfi.org.ar/articulos/kilometro-11-el-sitio-incierto-del-nacimiento-de-un-himno/

Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba.

O tema do programa de hoje é Forma e Conteúdo. Vamos falar um pouco sobre o porque de algumas composições fazerem mais sucesso que outras. Mas antes, como sempre, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração em forma de canção:

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Ouvimos o Hino Rio Grandense executado ao violão por Marcello Caminha e depois a Composição de Arabi Rodrigues e Luiz Carlos Lanfredi, Prece Telúrica, na voz de João Luiz Correa.

Na semana passada falamos sobre Milongas e Chamamés, e, como o assunto é extenso, faltou falar muitas coisas. Hoje estamos falando sobre as músicas que fizeram sucesso e os motivos pra isso, então, vamos juntar os dois assuntos e falar sobre o chamamé mais famoso, que inclusive é conhecido como o hino do chamamé: Kilómetro 11:

Kilômetro 11 é uma música do folclore argentino, mais exatamente da região de Corrientes. A letra é de Constante Aguer e a música é de Mario del Tránsito Cocomarola. Foi gravada pela primeira vez em 1940.

Poeta, Cantor, Guitarrista, Escritor e Jornalista, Constante José Aguer nasceu em Buenos Aires, em 6 de abril de 1918 e faleceu na mesma cidade em 31 de julho de 2010.

Mario del Tránsito Cocomarola nasceu em San Cosme del Corrientes, em 15 de Agosto de, 1918 e faleceu em 19 de Setembro de 1974, foi músico e folclorista e é considerado uma das mais influentes figuras do chamamé.
No livro “Mis vivencias con el Chamamé”, Leopoldo Castillo explica que o título da música se deve a um problema com o carro que o compositor Tránsito Cocomarola teve no kilômetro 11 da Ruta Nacional.

A versão que ouvimos foi gravada por Cenair Maicá em 1985 no disco Meu Canto.

Na música Chama-me, Beto Caetano mostra uma das versões sobre a orígem deste rítmo.

Vamos ouvir então, estas duas composições:

Ouvimos, Kilómetro 11 na voz de Anderson Oliveira e Tatiéli Bueno, do álbum Do Rio Grande do Passado ao Rio Grande do Futuro, de 2010 e depois Chama-me, música de Beto Caetano na voz de Analise Severo.

Mas o tema de hoje é Forma e Conteúdo. E com estas duas palavras eu quero explicar o que, na minha humilde opinião, define se uma composição cai no gosto popular ou fica no esquecimento.

Para este tocador de rádio, uma música, pra ser considerada bonita, tem que atender a dois aspectos: A forma como é executada, e isto inclui o ritmo, a melodia, o acompanhamento e até a voz do cantador, e o conteúdo, que seria a letra da música e a mensagem que ela traz.
Se uma marca atende a estes dois aspectos, pode ser considerada boa. Se atende a apenas um dos dois aspectos, isto é, se a música for boa e a letra não, ou vice versa, ainda assim pode fazer sucesso. Agora, se não tiver forma nem conteúdo, aí está condenada ao esquecimento.
É claro que isto depende do gosto de cada vivente, e, para realmente fazer sucesso, tem que agradar a maioria.
Para ilustrar, vou mostrar duas marcas que fizeram e ainda fazem muito sucesso.

Ouvimos, Baitaca, da gravação original de 2002 no disco Meu Rio Grande é Deste Jeito, Do Fundo da Grota, depois, como Os Serranos, de Gujo Teixeira e Luiz Marenco, Batendo Água.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 2

 

Crédito da Imagem: https://pixabay.com/pt/cameras/sony-slt-a58-2639/

Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião. Tamo de volta com esta tropeada do Boca Braba hoje falando sobre Forma e Conteúdo.

Em 1971, iniciava no rio grande a era dos Festivais, com a 1ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, e, apesar da grande contribuição para a cultura gaúcha, os festivais passaram a filtrar as composições que seriam ou não gravadas e nem sempre as vencedoras agradavam a maioria. Para citar um exemplo, a Música que ouvimos no final do bloco anterior, Batendo Água de Gujo Teixeira e Luiz Marenco, foi concorrente, em 1997, da 17ª Coxilha Nativista de Cruz Alta, interpretada por Luiz Marenco junto com Jari Terres, com arranjos ao violão de Marcello Caminha e na gaita de Leonel Gomez - só aí já temos cinco dos maiores artistas gaúchos. Pois a música não ganhou prêmio algum e só foi parar no disco do festival por puro acaso. Nesta edição a música considerada a mais popular foi a rancheira Surungo de Chão Batido, com o Grupo Raça Campeira, vamos ouvi-la pra que tu possas tirar a tua própria conclusão:

Seguindo nossa tropeada vamos ouvir outras marcas que ficaram famosas devido, ou apesar dos festivais:

Ouvimos, Gaita Campeira, na voz de Nenito Sarturi, composição deste e de Horácio Côrtez, vencedora do Trofeu Quero Quero com música mais popular da 1a Coxilha Nativista de Cruz Alta.
depois, com Dorotéo Fagundes, De Marcha Batida, Letra e Música de Telmo de Lima Freitas, da 14ª Califórnia da Canção Nativa de 1984.

Ouvimos, Angelino Rogério, Tacando o Rebolo, música mais popular da 20ª Coxilha Nativista, e depois Joca Martins, Recuerdos da 28, música de Knelmo e Fransciso Alves, defendida por Juarez Brasil e Grupo Gaudérios na 10ª Califórnia.

E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito pra te pedir que visite os apoiadores do programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 3

 

Crédito da imagem: https://pixabay.com/pt/cameras/nikon-d7100-2294/

 

Tamo de volta com a nossa tropeada desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba:

O tema do programa de hoje é Forma e Conteúdo e vimos que isso é muito importante para que possamos definir se gostamos de uma música ou não.
Mas é muito importante verificar que no nosso dia a dia convivemos com pessoas e podemos aplicar a mesma interpretação com relação aos viventes. Muitas vezes, uma pessoa que apresenta boa forma, bem vestido, bem apessoado, sorriso no rosto... não apresenta conteúdo algum. Outras vezes aquele que não tem um bom aspecto aos nossos olhos tem algo interessante para nos dizer.
É, mais ou menos como o causo da carroça.
Certa feita, pai e filho estavam pescando e ouviram um barulho ao longe na estrada. O Pai falou pro Filho:
- Tá vindo uma carroça, e está vazia.
O filho respondeu:
- Que é uma carroça eu sei, mas como é que o senhor sabe que está vazia.
- É simples - respondeu o pai - Se estivesse carregada, não faria tanto barulho.
E acrescentou:
- Assim são as pessoas, filho, quanto mais barulho fazem, mais vazias são suas palavras.

Ouvimos, a composição de Sérgio Carvalho Pereira e Luiz Marenco, na voz deste, Passo da Noite, segunda colocada e melhor poesia da 13ª Vigília Do Canto Gaúcho de Cachoeira do sul em 2002, depois, Leonel Gomes, O Diabo e o Turco, e a última com Luiz Marenco e José Cláudio Machado, a composição deste, Trancaço.

Ouvimos, de José Cláudio Machado, na interpretação de Bebeto Alves, Milonga Abaixo de Mau Tempo, depois, Adriano Gomes cantando, Tô A Cavalo, música dele e de Gujo Teixeira, e a última de José Mendes, na voz de José Mendes Filho, Prece.

O Programa do Boca Braba vai dar vaza pros apoiadores locais e volta em seguidita no más.


Programa do Boca Braba 20ª Tropeada – Bloco 4

 

Hoje o tema do Programa é Forma e Conteúdo.  A patacauada é por conta de Ademar Silva, e a payada  é Vaqueano, com Jayme Caetano Braun.

O programa de hoje é sobre Forma e Conteúdo, e já mostramos varias marcas que se enquadram no conceito de belo segundo estes dois aspectos. Mas eu quero mostrar duas composições que, apesar de não agradarem a todos, passam uma bela mensagem:

Ouvimos, Ângelo Franco, Balaio, Lança e Taquara e antes, Walther Moraes, A Visão da Janela.

Ouvimos, Angelino Rogério, Avo Gaiteiro, música vencedora do 1º Carijo da Canção, e depois, Juliana Spanevelo com participação de Joca Martis, Estampa.

O Programa do Boca Braba esta nos finalmente, e eu espero que os amigos e amigas tenham gostado do nosso programa e peço ao Patrão Velho das Alturas que nos de força e saúde para estarmos todos aqui novamente na próxima semana.