Não é só no Brasil que os políticos fazem na vida pública o que fazem na privada:
Que papelão! As autoridades venezuelanas podem achar que
se trata de mais um complô dos Estados Unidos, ou, talvez, de uma
insidiosa manobra do que sobrou do empresariado privado do país para
desestabilizar o governo legitimamente eleito do presidente Nicolás
Maduro, mas o desaparecimento dos rolos de papel higiênico das
prateleiras das vendas e supermercados do país foi produzido pela
própria esfera pública, e não pela privada. É que para criar um clima
não-inflacionário ilusório (afinal as eleições precisavam ser ganhas a
todo o custo), as brilhantes autoridades do país decidiram, no ano
passado, congelar os preços de alguns produtos básicos, entre os quais o
papel higiênico mais simples (com menor quantidade de fibras de
celulose longas por centímetro quadrado, e, portanto, de grau de
aspereza relativa mais elevado). A indústria local bem que tentou
cumprir a norma, reduzindo o tamanho dos rolos e também sua metragem.
Mas o resultado agora está aí: um déficit de 50 milhões de rolos. Estes
deverão ser importados em regime de urgência e, portanto, sem o processo
tradicional de licitação. Uma grande oportunidade para o setor
específico, e aliás muito eficiente, da indústria brasileira.
Leia a análise do jornalista e diplomata Pedro Luiz Rodrigues.
Este é o modelo de governo imaginado e amado pelo PT.