Buenas Indiada! Estamos chegando para mais um Programa do Boca Braba. Quero mandar um quebra-costela bem chinchado pra esta gauchada que está na escuta do programa, agradecendo ao Patrão Eterno por me permitir estar aqui e pedindo a Ele que abençoe a todos nós.
O tema do programa de hoje é Milongueando uns Chamamés.
Vamos falar um pouco sobre estes dois ritmos genuinamente gaúchos e tocar algumas marcas bem conhecidas e outras nem tanto. Mas antes, como sempre, vamos ouvir o Hino Rio-Grandense e uma oração em forma de canção:
Programa do Boca Braba. A cultura gaúcha com opinião.
Ouvimos o Hino Rio Grandense instrumental executado por Renato Borghetti e Yamandu Costa, depois, a milonga de Adriano Silva Alves, Música de Marcelo Oliveira, na voz deste, Quando Entreguei Minh'alma em Prece pra Guitarra. Gravado ao vivo em 2007 na 4ª Aldeia da Música do Mercosul em Gravataí.
Milonga é um gênero musical típico da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Este ritmo surgiu, provavelmente, na região rio-platina da argentina e tem uma relação íntima com as payadas, tanto que o termo “milonga” tem origem no dialeto africano de angola onde significa palavra ou palavreado, justamente pelo fato das payadas contarem causos longos. Posteriormente, o acompanhamento das payadas se transformou no ritmo que conhecemos hoje por Milonga.
A primeira música neste ritmo gravada no Brasil foi Milonga do Bem Querer, pelo Conjunto Farroupilha em 1968, alguns atribuem a composição à Cláudio Pinto, outros afirmam que a autoria pertence a Barbosa Lessa, que teria resgatado a letra da cultura popular.
Ouvimos, Porca Véia cantando, Milonga do bem Querer.
Ouvimos, Luis Carlos Borges, Encontro com a Milonga, depois Teixeirinha, Triste Milonga, e a última, Joca Martins, Milongão da Gineteada.
Como podemos perceber, a Milonga tem diversas variações e além de ser executada originalmente na guitarra e no violão, hoje as performances integram também outros instrumentos, como, por exemplo, a flauta, o violino e a gaita. Também já são conhecidas composições de ritmo um pouco mais acelerado, cuja inspiração parte de outros estilos, a exemplo do Candomblé, do Jazz e do Samba. Entre as variações há, inclusive, aquelas desenvolvidas em tonalidade maior que contam com escalas menores em sua estrutura, o que passa ao ouvinte a impressão dolente, de certa melancolia. Como poderemos ouvir nos próximos blocos do programa.
Se tu queres aprender mais sobre a Milonga, lá no Bolicho do Boca Braba tem um vídeo, do Projeto Iniciando no CTG, sobre este ritmo pampeano.
E enquanto eu encilho o mate, vamos a uma pequena pausa praos apoiadores locais e eu aproveito, como sempre, pra te pedir que visite os apoiadores do Programa. Assim tú estarás contribuindo para este projeto de valorização da cultura gaúcha.