quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um Bagual Corcoveador

Um Bagual Corcoveador Walther Moraes
Composição: João Sampaio, Quide Grande E Walter Morais
 
A tropa vinha estendida
pastando no corredor
eu empurrava culatra
e também fazia fiador
num bagual gordo e delgado
arisco e corcoveador
que se assustava da estaca
e da sombra do maneador

Se enganchava nas esporas
sobre a volta do pescoço
cortando couro com pêlo
e tirando lascas de osso
naquele inferno danado
"bombiei" pro meu cebolão
regulava quatro e pico
numa tarde de verão.

É brabo a vida de um taura
que só trabalha de peão
nisso uma lebre dispara
debaixo de um macegão
meu pingo só deu um coice
escondendo a cara nas mão
saiu sacudindo o toso
e cravou focinho no chão.

Tentei ...
Senti a força do vento
me arrancando os arreios
e aquele bicho pareceia
que ia se rasgar no meio
deixei manso e dei confiança
montaria de patrão
pois honro o nome que carrego
me orgulho de ser peão.

Tentei levantar no freio
mas era tarde demais
eu vi uma poeira fina
formando nuvens pra trás
berrando se foi a cerca
e cruzou pro lado de lá
parecia uma tormenta
cruzando em Massambará.


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