Tamo de volta com a nossa tropeada, desta feita apresentando o Chasque do Boca Braba, o momento em que este tocador de rádio deixa sua mensagem franca e sincera.
Mas antes quero mandar um quebra-costelas muito especial pros amigos e amigas da página do programa no facebook:
O Jorge Mello, meu tocaio. O Gabriel Ortaça, O Flávio Hammel, o Felipe da Celesc, o Mauricio da Silva, o Mauro Pereira, a Renata Hammel Schelle e a Sueli Senhori, a todos meus sinceros agradecimentos. Tu podes encontra a página do programa no facebook.com/programadobocabraba
Eu acompanho a cultura gaúcha desde que me conheço por gente, mais o meu envolvimento mesmo começou em 1983, quando eu era presidente do Grêmio Estudantil Edgar Otto Fleck Neto, em Ibirubá, Prá quem não sabe, Ibirubá, é uma cidade próxima a Cruz Alta. Tão próxima que dá até pra dizer que Cruz Alta pertence a região metropolitana de Ibirubá. Então eu, pra arrecadar verba pro grêmio estudantil, trouxe o famoso e hoje saudoso cantor missioneiro Noel Guarani.
Numa próxima oportunidade eu conto com mais detalhes como eu convenci o cantor da Bossoroca a fazer uma apresentação beneficente numa cidade pequena.
Mas o que me chamou a atenção é que já naquela época havia uma espécie de disputa entre o tradicionalismo missioneiro e o galponeiro, e o Noel, pesquisador da cultura gaúcha, citou essas divergências na sua apresentação.
De lá pra cá, eu sempre percebi essa espécie de patrulha do purismo da cultura gaúcha contra o modernismo.
Então, eu vou expressar meu ponto de vista:
Prá começar, só pra desenvolver o raciocínio, sem querer entrar em controvérsias, vamos fixar o início da cultura gaúcha no ano de 1835. Durante a revolução Farroupilha onde nasceu a República Rio Grandense.
O automóvel não tinha sido inventado ainda, e rádio, televisão, internet não existia nem nos devaneios de algum louco.
Imagina se nossos antepassados fossem puristas como alguns tradicionalistas de hoje em dia. A definição de gaúcho seria bem diferente daquela imaginada por Paixão Côrtes, mesmo porque o rádio e o disco foram grandes aliados na divulgação e fixação da imagem do gaúcho.
O que eu quero dizer com isso é que a evolução sempre existiu e sempre existirá.
Nós criamos uma identidade regional única juntando aspectos de várias culturas: Portuguesas, andaluz, mouras e até inglesas.
Temos hino, bandeira, brasão e uma identidade cultural que nos faz uma nação, mas não podemos ficar alheios a evolução.
Dentro da pátria grande existe uma pátria gaúcha e dentro desta nação regional existem divergências. Litoral, Serra, Missões, Fronteira, cada região tem suas peculiaridades. Se o lenço é amarrado de um jeito ou de outro, se a bombacha é mais larga ou mais estreita, não importa.
O que importa é o sentimento do gaúcho e a certeza que existe uma identidade cultural.
Temos que preservar e valorizar a nossa história e para isso colaboram vários projetos, mesmo aqueles com roupagens modernas que, se utilizando da tecnologia perpetuam nossa cultura.
Eu prefiro o negrinho do pastoreio cantado em forma de rock do que esses cantadores de sertanejo universitários se dizendo gaúchos só pra faturar uns pilas.
O Programa do Boca Braba tem o apoio cultural do Clube do Mel.